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28 de jan. de 2013

Agressão estudantil é solucionada através de Práticas Restaurativas.


ráticas Restaurativas estimulam cultura de paz, gerando responsabilização e diálogo como ferramenta de dissolução de conflitos.


Brigas e discussões estudantis são frequentes em ambientes escolares. Mas, nada de lidar com elas pelo olho por olho, afinal o diálogo existe para que possamos tratar de nossos problemas de forma pacífica, amistosa e com muito respeito.

É com esse intuito que, Terre des hommes Lausanne no Brasil (Tdh), em parceria com a escola Lirêda Facó, atendeu um caso escolar entre uma jovem e um grupo de amigas.

Tudo começou com um grande desentendimento, em que uma das adolescentes, Luiza Moreno*, entendeu que sua colega de classe, Bianca Morais*, havia lhe chamado de ladra, ação que gerou uma série de desenrolares posteriores.

Luiza, triste com a situação, comentou o ocorrido com a irmã mais velha, Laura Moreno*, que resolveu tomar as dores da irmã, agredindo fisicamente a colega de classe da irmã. Além disso, Laura acabou estimulando entre as amigas da escola que essas excluíssem Bianca, que algumas vezes, sofreu bullying por parte do grupo.

Para solucionar o problema, a direção escolar acionou o grupo de Tdh para realizar as práticas restaurativas. No mesmo dia, foram realizadas escutas individuais nas quais as duas principais garotas puderam falar sobre o ocorrido. Luiza se encontrava muito magoada e exigia que fosse tratada sem ignorância e com respeito pela colega. Já Bianca informou que sentia medo pela situação vivenciada e vergonha, desejando que todos entendessem o mal entendido.

A partir da data marcada, foi realizado a prática restaurativa em que estavam presentes as duas principais envolvidas e grupo de apoio composta por amigas e as colegas que praticaram bullying. No início, as participantes iniciaram dispondo valores positivos, de acordo com metodologia da prática restaurativa de círculo de resolução de conflitos, valores que seriam mantidos durante todo o processo, como respeito, amor e amizade.

Visivelmente chateadas, o grupo foi, aos poucos, se concentrando e tratando a temática com a relevância necessária para o êxito da ação. Todas tiveram o momento de exporem seus sentimentos, suas visões e acordando o que realmente havia ocorrido entre elas.

Como medida de restauração, as adolescentes acordaram que não iriam mais praticar ações de agressão física ou moral umas com as outras e que desejavam, apenas, o respeito mútuo, fechando o acordo, além de sempre buscar e incentivar o diálogo na escola.

Cerca de 15 dias depois, quando a equipe Tdh se reencontrou com as envolvidas no pós-círculo, as participantes disseram que não havia mais brigas e que estava tudo bem. Bianca* disse que estava satisfeita com a Prática Restaurativa, pois agora “estava tudo em paz”.

Os facilitadores fizeram uma dinâmica que buscou reflexões e Bianca* chorou. Sem saber o motivo as demais envolvidas choraram também. A adolescente contou que estava passando por um momento difícil na família, mas que estava feliz pela paz com as colegas, ao que foi acolhida por todos.

No final do pós-círculo as estudantes estavam mais leves e alegres com a paz restaurada. Agora a paz e o respeito reinam entre as colegas, enfim, felizes.


*Nomes fictícios para preservar os envolvidos.



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HUGO ACÁCIO
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Livros & Informes

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  • AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
  • ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
  • AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
  • CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  • FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
  • GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
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