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29 de fev. de 2016

TJDFT - Juízes se reúnem na VEMSE para debater a Justiça Restaurativa

Cinco juízes do TJDFT interessados na aplicação de práticas restaurativas em suas respectivas áreas de atuação se reuniram na tarde da última sexta-feira, 19/2, no gabinete da juíza da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do DF (VEMSE), Lavínia Tupy, para estudar a expansão da Justiça Restaurativa (JR) no âmbito do Tribunal. Nesse primeiro encontro, estavam presentes os juízes Lavínia Tupy, Gláucia Falsarella, Franco Vicente Piccoli, Catarina de Macedo e Ana Letícia Martins e os servidores Marco Rogério Rocha e Bárbara Macedo. A intenção é que o grupo se reúna uma vez por mês, na terceira sexta-feira.
Criado pela Portaria GSVP 01 de 8/1/2016, o núcleo se propõe ao estudo, à leitura, à discussão e à troca de experiências entre seus integrantes para definir práticas restaurativas que possam ser utilizadas nas soluções dos conflitos de natureza cíveis ou criminais.
Também faz parte da competência do grupo criar planos de implantação da Justiça Restaurativa nos juízos interessados em uma das metodologias restaurativas: mediação vítima-ofensor, conciliação, comunicação não violenta, conferências familiares e círculos restaurativos ou de construção de paz. O núcleo será supervisionado pelos Coordenadores do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania do Programa Justiça Restaurativa (CEJUST), juízes Catarina de Macedo e Franco Piccoli.
Para a juíza Lavínia Tupy, os encontros serão muito produtivos. “Espero que esses encontros possam dinamizar e agilizar a implantação da Justiça Restaurativa nos diversos juízos do Distrito Federal e que, no futuro, as práticas restaurativas possam ser expandidas para as escolas, a comunidade e para todos os órgãos ligados à criança, aos adolescentes e jovens, bem como à segurança pública”, vislumbra a juíza.
Ainda segundo a magistrada, a Justiça Restaurativa pode transformar vidas, trazendo um sentido real de Justiça e buscando a pacificação social, por meio da resolução de conflitos, na qual as partes envolvidas chegam a um consenso sobre reparação material ou imaterial, responsabilização e reconciliação, observando-se sempre o respeito mútuo.
A VEMSE pretende, neste ano, capacitar técnicos das unidades de atendimento em meio aberto para trabalhar com a Justiça Restaurativa. Para isso, estão sendo realizadas reuniões com gestores e técnicos das unidades executoras de medidas socioeducativas em meio aberto do DF. Além da capacitação em práticas restaurativas, o projeto da VEMSE prevê a avaliação dos fatores que podem levar o adolescente a cometer novo ato infracional, com o objetivo de estruturar programas, ações e estratégias focais e, desse modo, diminuir a reincidência. “O nosso projeto prevê a avaliação de risco de reincidência porque não é possível trabalhar única e exclusivamente na execução de medidas socioeducativas com a Justiça Restaurativa sem trabalhar a reincidência, uma vez que precisamos atuar preventivamente buscando conter a trajetória infracional do adolescente logo no início”, afirma a juíza Lavínia.
O modelo que será adotado pela VEMSE está em consonância com o Protocolo de Cooperação Interinstitucional para difusão da Justiça Restaurativa no País, assinado, em 14/8/2014, pelo TJDFT e por outras instituições, como o Conselho Nacional de Justiça, Associação dos Magistrados Brasileiros, Fórum Nacional da Justiça Juvenil, Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude.
CEJUST
Nesta quarta-feira, 24/2, o Fórum de Planaltina recebe o primeiro Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania do Programa Justiça Restaurativa (CEJUST).
A Justiça Restaurativa já é aplicada no TJDFT desde 2006, por meio do Programa Justiça Restaurativa, coordenado atualmente pelos juízes Catarina de Macedo Nogueira Lima e Correa e Franco Vicente Piccoli, subordinado ao Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPECON) e vinculado à 2ª Vice-Presidência. A JR foi instituída pelo TJDFT pela Resolução nº 13 de 6/8/2012.
Sobre a Justiça Restaurativa
A Justiça Restaurativa reúne pessoas envolvidas e afetadas por um crime para dialogarem sobre o fato e suas consequências buscando a reparação de prejuízos emocionais, morais e materiais e a restauração de relações. É uma modalidade de resposta ao crime diferente da resposta da Justiça Criminal.
A Justiça Restaurativa não é uma nova modalidade de Justiça, de Corte, ou de Tribunal. É uma fase, dentro do processo criminal, durante a qual as pessoas envolvidas no crime são levadas a participar de uma intervenção interdisciplinar, que consiste de encontros coordenados por facilitadores capacitados para esse fim.
Entre as funções das práticas restaurativas está o cuidado com as necessidades da vítima (inclusão efetiva como parte, com direito à fala) e do ofensor (envolvimento e responsabilização), bem como a reparação dos danos materiais ou imateriais e a restauração dos relacionamentos, por meio das quais a pacificação entre as partes prevalece sobre o interesse de punir.


Pautas | TJDFT | 25/02/2016.

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“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor.” Desmond Tutu.

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Livros & Informes

  • ACHUTTI, Daniel. Modelos Contemporâneos de Justiça Criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
  • AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
  • ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
  • AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
  • CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  • FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
  • GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
  • Justiça Restaurativa. Revista Sub Judice - Justiça e Sociedade, n. 37, Out./Dez. 2006, Editora Almedina.
  • KARAM. Maria Lúcia. Juizados Especiais Criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
  • KONZEN, Afonso Armando. Justiça Restaurativa e Ato Infracional: Desvelando Sentidos no Itinerário da Alteridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
  • LEITE, André Lamas. A Mediação Penal de Adultos: um novo paradigma de justiça? analise crítica da lei n. 21/2007, de 12 de junho. Coimbra: Editora Coimbra, 2008.
  • MAZZILLI NETO, Ranieri. Os caminhos do Sistema Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
  • MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Fávio. Criminologia. Coord. Rogério Sanches Cunha. 6. ed. rev., atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
  • MULLER, Jean Marie. Não-violência na educação. Trad. de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Atenas, 2006.
  • OLIVEIRA, Ana Sofia Schmidt de. A Vítima e o Direito Penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no direito penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
  • PALLAMOLLA, Raffaella da Porciuncula. Justiça restaurativa: da teoria à prática. São Paulo: IBCCRIM, 2009. p. (Monografias, 52).
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  • ROLIM, Marcos. A Síndrome da Rainha Vermelha: Policiamento e segurança pública no século XXI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2006.
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  • SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociologia Jurídica: Introdução a uma Leitura Externa do Direito. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
  • SALIBA, Marcelo Gonçalves. Justiça Restaurativa e Paradigma Punitivo. Curitiba: Juruá, 2009.
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  • SANTOS, Juarez Cirino dos. A Criminologia Radical. 2. ed. Curitiba: Lumen Juris/ICPC, 2006.
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  • SICA, Leonardo. Justiça Restaurativa e Mediação Penal - O Novo Modelo de Justiça Criminal e de Gestão do Crime. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
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  • ZEHR, Howard. Justiça Restaurativa. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008.