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2 de jun. de 2017

Fórum debate Justiça Restaurativa e Vítimas com pesquisadores internacionais

Palestrantes sentados à mesa. Coroa de flores
Evento foi realizado nos dias 30 e 31 de maio no Fórum do Recife

A Justiça Restaurativa e Vítimas foi o tema de debate no segundo dia do Fórum Internacional Justiça Restaurativa no Brasil: Possibilidades, riscos e desafios. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o tema com pesquisadores internacionais, a exemplo do professor Ivo Aertsen, da Universidade Católica de Leuven da Bélgica, que é considerado a maior autoridade mundial sobre Justiça Restaurativa, entre outros.
Na mesa de abertura, participaram a coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargadora Dayse Maria de Andrade; e as palestrantes Daniela Bolivar, professora da Universidade Católica do Chile; e Estelle Zinsstag, professora da Universidade Católica de Leuven da Bélgica; e a professora Fernanda Fonseca Rosemblatt, da Universidade Católica de Pernambuco.   
Ao iniciar os trabalhos, a desembargadora Dayse Maria de Andrade, que presidiu a mesa, afirmou que é uma honra o Tribunal de Justiça de Pernambuco sediar um evento tão importante. “Recentemente, estive no Supremo Tribunal Federal (STF), com a ministra Cármen Lúcia. Houve uma reunião com todos os coordenadores da mulher da Justiça do Brasil, que tratam da violência doméstica contra a mulher, e uma das temáticas que foram tratadas foi a possibilidade de adotar no âmbito das varas de violência doméstica as práticas restaurativas, que são tão exitosas em outras situações”.
A professora chilena Daniela Bolivar, que tem doutorado em Criminologia pela Universidade Católica de Leuven da Bélgica, abordou o tema “Justiça Restaurativa e Vítimas de Crime”, mostrando definições e pesquisas realizadas. “Eu gostaria de destacar três problemas principais: o que é ser vítima; o que a Justiça Restaurativa pode oferecer para ela; e o que já sabemos sobre Justiça Restaurativa e o os desafios para o futuro das práticas restaurativas”, falou ela, acrescentando que é necessário haver mais pesquisas na América Latina sobre o tema.
Já a professora Estelle Zinsstag, que também tem doutorado em Direito pela Queens’s University, de Belfast, no Reino Unido, mostrou a experiência europeia de Justiça Restaurativa, com o tema “O Uso de Práticas Restaurativas em Casos de Violência Sexual”. “Mudar o significado da vitimização e compreender o que aconteceu também, assim como, redefinir as consequências do trauma, são habilidades importantes de resiliência individual”, explicou.  
Na opinião da a professora Fernanda Fonseca Rosemblatt, doutora em Criminologia pela Universidade de Oxford da Inglaterra, a Justiça Restaurativa (JR) se importa com a vítima. “Esse é um ponto que ninguém discorda. Mas existem dúvidas conceituais, como por exemplo, deveria ser o processo restaurativo centrado nela ou simplesmente preocupado com ela.  A gente deve abrir mais espaço para que a vítima participe mais do processo ou o processo deve girar em torno dela”.  
Logo depois, houve um painel de perguntas e respostas sobre Justiça Restaurativa, com o juiz Élio Braz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O professor Ivo Aertsen, da Universidade Católica de Leuven da Bélgica, ministrou a palestra “Institucionalizando a Justiça Restaurativa: conselhos a partir do caso belga”.  
O evento, realizado no Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife, é resultante de uma parceria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), Universidade Católica (Unicap) e o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (DEPEN).
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Texto: Andréa Pessoa
Fotos: Gleber Nova

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Livros & Informes

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  • AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
  • ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
  • AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
  • CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  • FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
  • GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
  • Justiça Restaurativa. Revista Sub Judice - Justiça e Sociedade, n. 37, Out./Dez. 2006, Editora Almedina.
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